Tempo, cuidado e sobretudo; amor


Há poucos dias falei sobre a necessidade de cavar antes de cortar. Mas o que isso significa? Irei tentar explicar. O texto do evangelho de Lucas conta a história de um proprietário de terras que havia adquirido um campo, e agora, iria plantar sobre aquele rico solo seus parreirais. Além dos pés de uva também colocara ali um pé de figueira. Aquilo pode ter surpreendido a muitos, pois o nobre proprietário dedica espaço do seu terreno à uma outra finalidade, algo que custa caro, e então, depois de separado o lugar, prepara a terra, move os sucos e ali põe o pé de figos.


Talvez a expectativa é que este espaço especial fizesse que a figueira produzisse muito, mas isso não acontece. A figueira frustra a expectativa, passam-se três anos, e mesmo assim nada frutificara. Impaciente, o dono do terreno faz uma indagação: “até quando ela ocupara um espaço inutilmente? Corte-a”. O jardineiro recebe as instruções do seu senhor, mas advoga a figueira infrutífera dizendo algumas coisas: 

1- Espera mais um ano; 
2- Eu irei cavar em redor dela; 
3- Eu irei estercar;
4- Se não der certo o senhor saberá o que fazer; 

De repente alguém foi plantado na sua vida, em um espaço de grande valor e não frutificou, como Israel não havia frutificado. Mas antes de cortar, antes de desligar definitivamente o interruptor, espere mais um pouco. É certamente mais fácil investir em algo que esteja funcionando plenamente, porque assim, teríamos garantia de retorno. O agricultor nos ensina a não abandonar, mesmo tendo motivos e razões para isso. E que é preciso ficar mesmo quando não houver garantias. E que é preciso cavar e limpar os pés mesmo não tendo motivos racionais e lógicos para fazê-lo. O jardineiro nos inspira a dedicar tempo, cavar e investir recursos ao invés de abandonar. 

Nele, que antes da fundação do mundo nos separou e nos amou até o fim.


Parafraseando texto: Lucas 13:6-9

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