Ratos e Castelos

Você pode dar um castelo para um rato, mas ele não entende, sempre vai procurar um esgoto. E não é que ele não tenha suas ambições, claro que tem, mas nem de longe são dignas de honra, pelo contrário, essa é a espécie dos oportunistas faceiros. Na maioria das vezes estão buscando aventura e prazer: o queijinho de hoje nada mais! Então, defino: ratos não podem ser reis, não dê poder há eles. O rei precisa pensar em governo, em disputas genuínas em busca do fortalecimento do seu povo e de seu império, pensar no todo e não em seu umbigo empoeirado. O rei precisa ter grandeza pessoal, ir além da vestimenta, no mínimo: integridade. Ratos, no entanto, gostam do inóspito, são aventureiros medrosos, são tão sagazes quanto sujos. E nem adianta tanta esperteza, afinal, o fim é sempre o mesmo, o esgoto. Se der um castelo a este bicho ligeiro, vai logo perceber que o trono e um cedro não transformam sua natureza, precisaria bem mais que isso. Teria de dar a ele uma mente, coração e ensinar-lhe sobre caráter.





Eduardo Mendes 

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