Pés na areia

Ela gosta de manter os pés calçados na areia, de repente pode ser que curta o calor da terra provando que a gente está vivo, ou talvez para manter o contato com a raiz da nossa natureza. É assim que ela prefere; a simplicidade do toque e seu fascínio particular pelo pouco notado. É preciso ter pés livres e a alma leve. Isso é uma raridade das maiores, mas talvez esse seja o segredo da vida, e nós, dispersos por preocupações não percebemos as doces sutilezas da vida, calçados pelos compromissos, colocamo-nos pelos asfaltos temerários, sem parar um pouco ao menos para contemplar à riqueza que há a nossa volta. Ela tem vários dons, mas destaco o seu maior: tornar o amor previsível de Deus em algo material e visível com suas ações singelas e verdadeiras. Ela sabe transformar o jogo duro e difícil da vida em uma tarefa para amadores ávidos por aprendizado, mas sem pressa à ser destacado à profissional, colocar os pés em uma plataforma pode colocar em fuga o nosso apreço à natureza simples das coisas. Sempre há uma maneira de descomplicar, de ser melhor sem se tornar um profissional melancólico e solitário. Aprendi com ela a tornar os sorrisos mais evidentes do que os nossos choros e também a apreciar os afagos mais do que as agendas variadas, gastar tempo com o que importa. Ela sabe que a melhor estratégia não é ter amigos, é despertar paixões genuínas e conservá-las para todo o sempre. Isso é mais que arremessar coisas para o alto e sair incontestemente a conquistar, é preciso estar atento ao tipo de conquista que queremos, algumas estão calejando nossos pés.  Pense nisso!


Att, 

Eduardo Mendes

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